Beth Harmon (O Gambito da Rainha) e a solidão do alto desempenho

Beth Harmon (O Gambito da Rainha) e a solidão do alto desempenho

Se você já assistiu “O Gambito da Rainha”, provavelmente ficou encantada com a genialidade de Beth Harmon… e talvez até tenha se identificado com a solidão que mora por trás de tanto brilho. Afinal, o que ninguém te conta sobre o alto desempenho é que ele pode ser solitário. Muito.

Neste texto, vamos mergulhar no universo da série e entender como a trajetória da protagonista se conecta com algo que muitas pessoas vivem — mesmo fora dos tabuleiros de xadrez.

Quando brilhar exige um preço alto

Logo nos primeiros episódios de O Gambito da Rainha, a gente percebe que Beth não é só uma menina prodígio. Ela é intensa, determinada e completamente obcecada em vencer. Só que junto com o talento, vêm também as cobranças — dela mesma, dos outros, do mundo.

A série mostra isso com muita sutileza. Enquanto o mundo aplaude suas vitórias, Beth vai afundando em uma rotina silenciosa, cercada de vícios, insônia e pensamentos que ninguém vê. E isso levanta uma pergunta real: quantas vezes confundimos desempenho com equilíbrio?

  • Alta performance sem apoio pode virar autodestruição.
  • O medo de “perder” pode isolar mais do que proteger.
  • E às vezes, ser genial é justamente o que nos afasta das conexões humanas.

Beth Harmon é só um personagem, mas seu retrato é incrivelmente atual. E dolorosamente real.

A armadilha de ser “a melhor”

Você já reparou como, na série, cada vez que Beth ganha uma partida, ela parece… mais vazia? É como se a vitória não preenchesse o que ela realmente sente falta. E isso é mais comum do que parece.

No mundo real, essa lógica também se aplica:

  • A pessoa que tira as melhores notas, mas nunca se acha boa o bastante.
  • Quem vive quebrando recordes, mas não sabe como pedir ajuda.
  • Aquela amiga que todo mundo admira, mas que sente que ninguém a vê de verdade.

O alto desempenho costuma vir com uma armadilha emocional: a sensação de que não há espaço para fraqueza. Beth passa por isso o tempo todo. Ela esconde suas dores, silencia seus traumas e, por muitas vezes, mascara sua vulnerabilidade com frieza.

Mas não é força — é defesa.

Performance sem afeto é exaustão disfarçada

Um dos momentos mais simbólicos da série é quando Beth está no auge da carreira, cercada de fama e reconhecimento… mas completamente sozinha em um quarto de hotel. O xadrez continua ali. Os troféus também. Mas não há ninguém com quem dividir o momento.

A série é genial em mostrar como a solidão do alto desempenho não é falta de gente ao redor, mas falta de quem realmente veja você por trás das conquistas.

E isso toca fundo porque muita gente vive isso hoje:

  • No trabalho, sendo a profissional que entrega tudo, mas nunca é ouvida.
  • Na vida pessoal, tentando manter tudo perfeito enquanto desmorona por dentro.
  • No mundo online, colecionando curtidas e elogios, mas sem conseguir se conectar de verdade.

A verdade é que nem sempre “dar conta” significa estar bem.

O que Beth Harmon nos ensina — mesmo sem querer

A trajetória de Beth em O Gambito da Rainha é um espelho pra muita coisa. Mas talvez o maior ensinamento esteja no final da série, quando ela entende que não precisa mais lutar sozinha.

Ela começa a aceitar ajuda, a se abrir para relações reais e até se reconectar com sua criança interior — aquela que só queria jogar xadrez por amor, não por obrigação. E aí, algo muda.

Porque quando o afeto entra, a performance deixa de ser prisão… e vira escolha.

Se você também sente que precisa ser “a melhor” o tempo todo, talvez seja hora de fazer como Beth:

  • Pausar.
  • Sentir.
  • E permitir que alguém veja quem você é de verdade — para além do que você entrega.

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Flávia Neves

Editora – Psicóloga de formação, apaixonada por cultura pop, tecnologia e desenvolvimento pessoal. Criadora de conteúdo digital desde 2016.

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