Sabe aquele filme que você já viu mil vezes, mas continua apertando o play como se fosse a primeira? Pois é, isso diz muito mais sobre você do que imagina. Segundo a psicologia, o hábito de rever filmes tem tudo a ver com conforto emocional, memória afetiva e regulação da ansiedade. E o mais interessante: longe de ser perda de tempo, esse comportamento pode até ser um sinal de inteligência emocional.
Vamos entender juntos por que gostamos de rever filmes e como esse costume aparentemente simples pode revelar traços profundos da nossa mente.
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A previsibilidade nos acalma
Uma das principais razões de por que gostamos de rever filmes é o prazer da previsibilidade. Quando já sabemos o que vai acontecer, nosso cérebro entra em modo “relax”, sem a tensão de ter que processar tudo de novo. É como um abraço conhecido em forma de história.
Em tempos caóticos ou emocionalmente pesados, saber exatamente quando o personagem vai sorrir, chorar ou dançar traz uma sensação de controle — e isso é valioso. A ausência de surpresas é um respiro para quem já está lidando com o inesperado o tempo todo na vida real.
“A familiaridade reduz a necessidade de esforço mental”, já dizia o psicólogo Daniel Kahneman.
Um porto seguro emocional no meio do caos
Já reparou como algumas pessoas têm um “filme de conforto”? Aquela comédia romântica, aquele clássico da infância ou até aquele suspense que já perdeu a graça, mas ainda aquece o coração.
Esse hábito de revisitar histórias queridas é uma forma de autorregulação emocional. É o nosso jeito de buscar um espaço onde tudo já está resolvido — ou pelo menos, já conhecido.
- Ajuda a aliviar o estresse do dia
- Reativa memórias boas ligadas à época em que o filme foi visto
- Cria um cenário emocional estável dentro da rotina
Então, da próxima vez que alguém disser que você está “repetindo filme demais”, pode responder: “Estou cuidando da minha saúde mental, viu?”
Memória afetiva: muito mais que o roteiro
Quando reassistimos um filme, não estamos revivendo apenas a história. Estamos voltando para a época em que o vimos pela primeira vez. E isso é mágico.
A trilha sonora que te lembra de um verão inesquecível. A cena que te fez chorar quando tudo parecia difícil. O cheiro da pipoca da casa da vó. Tudo volta, em camadas que só você consegue sentir.
Esse é mais um motivo de por que gostamos de rever filmes: cada repetição traz à tona uma parte da nossa história, misturando ficção com vida real. E isso cria uma experiência única, sempre nova — mesmo com o mesmo filme.
A sensação de controle e segurança
Assistir algo inédito pode ser divertido, mas também traz riscos: e se o filme for ruim? E se o final for frustrante? Rever algo já aprovado elimina essas incertezas.
A previsibilidade traz segurança, e isso é essencial para mentes ansiosas ou para quem precisa de uma pausa emocional. Segundo Albert Bandura, psicólogo canadense, comportamentos repetidos em contextos estáveis aumentam a confiança e geram senso de eficácia pessoal.
Ou seja, escolher seu filme favorito pela milésima vez pode ser uma forma de afirmar: “Eu sei o que estou fazendo. E isso me faz bem.”
É possível equilibrar conforto e novidade?
Sim! Você não precisa abrir mão do seu filme de sempre — só não precisa se limitar a ele. A dica dos especialistas é buscar um equilíbrio saudável entre o já conhecido e o novo.
Aqui vão algumas sugestões:
- Alterne entre filmes novos e antigos
- Explore gêneros diferentes, mesmo dentro dos seus favoritos
- Crie novas memórias ao rever um filme em outro contexto (com novas pessoas, em outro ambiente, etc.)
Assim, você amplia seu repertório emocional e cultural, sem abrir mão da sua zona de segurança.
Conclusão: muito além da preguiça
Rever filmes não é sinal de preguiça mental, nem falta de criatividade. É um jeito inteligente e emocionalmente eficaz de se reconectar com partes importantes da sua vida, regular sentimentos e criar um espaço interno de acolhimento.
Agora que você já sabe por que gostamos de rever filmes, talvez repita seu favorito com ainda mais gosto — e sem nenhuma culpa. Afinal, se faz bem, por que não?
✨ E você? Qual filme te abraça toda vez que você dá o play?